Ta gra agam ort

Quinta-feira, 9 de Fevereiro de 2012

Quando Sir Edmund entrou na sala todos se puseram de pé de imediato. Rafa cerrou os punhos e os maxilares à espera das notícias que Sir Edmund trazia. Emma olhou para ele e reparou como estava nervoso. Com um gesto suave, pouso a sua mão no antebraço de Rafa, sentindo os seus músculos contraídos e deixou a mão escorregar até agarrar a dele. Rafa encarou-a com os olhos mais escuros do que o habitual e apertou-lhe a mão com força, quase magoando-a, mas Emma não se importou. Sabia que era a única forma que ele tinha para expressar a fúria que o corrompia.
Os olhos de Sir Edmund percorreram a sala perscrutando a expressão de cada um. Por fim, fixaram-se em Ciara. Desviou o olhar. Sentia que ela se culpava pelo que acontecera a Leo e aquilo que lhes vinha comunicar só iria reforçar o sentimento de culpa que Ciara experienciava.
- bem, Maggie e Steve a cuidar dos ferimentos de Leo… - começou por dizer e parou. Não sabia como haveria de continuar aquela conversa.
Steve engoliu em seca e disse:
- O que se passa sir?
Sir Edmund encarou o rosto pálido de Steve e prosseguiu:
- A ferida de Leo já está tratada.
Percebeu que o ambiente na sala melhorara e que agora todos suspiravam de alívio. Ciara deixara escapar um soluço de contentamento e com uma das mãos tentava limpar as lágrimas que lhe molhavam a cara. Tinha os olhos muito vermelhos e os lábios secos. Com outra mão procurou ajeitar os grandes óculos sobre o nariz.
Sir Edmund baixou a cabeça. Não era o melhor momento para olhar para Ciara.
- Mas ele ainda não está fora de perigo. – Disse por fim tentando ganhar coragem para os encarar. Voltou a sentir uma atmosfera de pânico e tristeza.
- Mas o que se passa afinal? – Perguntou Rafa impacientemente. Detestava que não lhe dissessem tudo de imediato. Aliás, detestava todos aqueles rodeios. Apenas queria saber o que era preciso fazer para salvar o seu amigo, e ele fazia-o.
Desta vez, Sir Edmund virou o olhar unicamente para Ciara. Os seus olhos vermelhos arregalaram-se, percebendo que as próximas palavras lhe eram dirigidas.
- Ciara, de facto o Leo salvou-te a vida, mas na verdade tudo não passou de uma grande armadilha.
- O quê? – Gritou Rafa, com uma expressão horrorizada. Largou bruscamente a mão da de Emma e voltou a cerrar os maxilares.
- A seta que atingiu Leo estava envenenada com um veneno muito peculiar. E esse veneno já se espalhou pelo sangue dele, logo encontra-se em todas as partes do seu corpo. É por isso que acredito que aquela seta não era dirigida a Ciara. Quem a disparou sabia que Leo iria tentar proteger sempre que possível a Ciara e que como ele é muito forte se iria interpor entre ela e Ciara, quase sem sofrer danos. E foi por pensar isso que envenenaram a seta… só assim conseguiriam parar Leo.
Baixou a cabeça. Até mesmo Sir Edmund não sabia como continuar. Leo era o ponto forte do grupo, não só pela sua força, mas principalmente pela sua sensatez.
Ciara soluçou e recordou-se do momento em que Leo se pusera entre si e a seta. Lembrou-se do sorriso que ele tinha estampado na cara quando a cobriu com o seu peito forte e moreno. Depois, quando ele caiu…
Tentou limpar as lágrimas. Leo tinha tentado protegê-la da melhor forma que conseguia e agora tinha chegado a hora de ser ela a fazer algo por ela. Chegara o momento dela ser corajosa… por Leo, o seu grande amigo!
- Que tipo de veneno é que corre nas suas veias? – Perguntou ela com uma voz tão firme que se espantou a si mesma.
Todos a olharam fixamente surpreendidos.
- O que foi? – Perguntou – eu quero ajudar e digamos que neste momento precisamos de uma pessoa que descura a cura para este veneno e acho que não existe ninguém melhor do que eu para o conseguir. Por isso, Sir Edmund diga-me que tipo de veneno é esse?
Engoliu em seco e olhou directamente para Sir Edmund. Este ainda a olhava surpreendido, sem saber o que lhe responder.
- Bem… - conseguiu pronunciar depois do choque – não temos bem a certeza, apenas sabemos que este veneno se espalha numa questão de horas e que o deixa adormecido. Por mais que tentemos não o conseguimos acordar. Para além disso, provoca-lhe muitos pesadelos, pelo que nos apercebemos até agora.
Ciara acenava a cabeça a cada palavra de Sir Edmund em sinal de compreensão total do que ele dizia. Depois ajeitou os óculos e começou a deambular pela sala falando para si:
- Bem…se esse veneno provoca-lhe pesadelos então só pode ser um veneno derivado de plantas. E tem de ser uma planta muito forte e em grandes quantidades para ter derrubado o Leo.
Parou de repente e compreendeu que todos a olhavam ainda sem conseguirem compreender o que se passava com ela. Ciara atravessou a sala com passo rápido e disse:
- Vou para a biblioteca. Tenho de ler alguns livros e tentar encontrar qual o veneno, porque só assim conseguirei chegar à cura.
Saiu a correr e todos ficaram a olhar para ele, atónitos.
- Bem… - agora era Aicha que falava – eu sinceramente acho que a Ciara tem razão e não vai ser por ficarmos aqui destroçados que o Leo vai melhorar. Temos de fazer algo para o ajudar, porque tenho a certeza de que se algum de nós estivesse ali deitado naquela cama ele também não descansaria enquanto não o ajudasse. Pois bem, nós temos de fazer o mesmo por ele!
Steve olhava fixamente para Aicha. Finalmente, ela agia como líder. Também Sir Edmund a encarou e sorriu por instantes, ao reparar que Aicha possuía a mesma postura de liderança que o seu pai, principalmente quando o momento assim o exigia.
- Rafa olha para mim. – Pediu Emma, virando gentilmente a sua cara para ver os seus olhos. Estes continuavam a transparecer tristeza e revolta.
- Vamos até à cozinha comer algo?
- Sim. – Respondeu ele.
E saíram. Apenas ficaram Aicha, Steve e Sir Edmund. Sentaram-se nas poltronas e ficaram ali durante alguns momentos. De repente, Aicha levantou-se e agarrou numa mão de Steve, tentando puxá-lo.
- Anda, vamos até à biblioteca ajudar a Ciara.
Por um momento Steve ficou surpreendido por esta reacção de Aicha, mas depois acedeu. Todos os esforços para tentar salvar o amigo eram necessários. Não havia tempo a perder e qualquer ajuda era bem-vinda.
Sir Edmund deixou-se ficar ali sentado. Como esperara por ver aquela união. Só nunca pensara que o preço a pagar por isso teria de ser tão grande.

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publicado por Bel às 19:44
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